CAMPO, GUITARRA E CORDEONA
Gênero Musical: Chamamé
Letra/Musical: Rodrigo Spiering
Campo, coração do Rio Grande
Cria, de ginetes e aguadores,
Lugar de tropilhas e plantações
Retratado na voz dos cantadores.
Guitarra, corpo de Jacarandá
Bordoneada em cordas de aço,
Por mãos e alma de guitarreiro
Ponteada em um só manotaço.
Cordeona, com alma de vento
Que o fole abre num sapucaí,
Entreverada nas mãos do gaiteiro
Nas barrancas do rio Uruguai.
O primeiro tem marcas de histórias
Que os poetas relembram nos versos,
E guitarra e cordeona traduzem
Sentimentos que estavam imersos.
São três forças contidas
Entre limites e imensidões
Das cordas firmes do arame
E as que são próximas dos corações.
São as fronteiras do homem
Sonoridade liberta da alma
Campo, guitarra e cordeona
São refúgios nas horas de calma.
Campo, coração do Rio Grande
Guitarra, corpo de Jacarandá,
Cordeona, com alma de vento
Neste sonido de m’baracá.
O primeiro tem marcas de histórias
Que os poetas relembram nos versos,
E guitarra e cordeona traduzem
Sentimentos que estavam imersos.
PIQUETEIRO POR VONTADE
Gênero Musical: Zamba
Letra/Música: Mauro Ubiratan Pereira da Rosa
Queixo escorado sobre a vara da porteira
E uma basteira doendo sobre o encontro
Um jeito pronto de buscar chasque e tambeira
Pouca fronteira, sem saber de viver solto...
É vida farta de ser Bueno e sem valia
Pois serventia ao não grato é sem valor
E o servidor gastou dias pelos outros
Não quis ser potro pra alegrar o seu feitor.
Queria tanto visitar o descampado...
Pastar banhado, correr gado, virar mundo
Mas tem o piá que todo o dia lhe acarinha
E a prendinha adoça a boca e olha fundo!
- Pra que porteira se estou preso pelo peito?
Tem outro jeito de viver sem ser assim?
To encerrado no piquete Querer Bem.
Sou mais ninguém...valho vintém... Sonhem por mim!
COPLAS DE FUNDO DE CAMPO
Gênero Musical: Milonga
Letra: Lauri Lopes
Música: Cristiano Vieira
Fez-se silêncio no rancho
Naquela hora matinal
Quando anunciaram no rádio
Notícias do funeral.
Calaram-se as milongas
E ele logo compreendeu
Que a voz que faltava no rádio
Era de um amigo só seu.
Morava num fundo de campo
Onde ali era rei
E monarqueava seu posto
Com quatro pingos de lei.
Largou cuia e cambona
Bem junto ao fogo de chão
Pigarreou um pensamento
E fez silêncio no galpão.
Iria sentir saudades
Do amigo que partia
- Como gostava de ouvi-lo
Mas sequer o conhecia.
Morava num fundo de campo
Onde ali era rei
E momarqueava seu posto
Com quatro pingos de lei.
Até os cavalos sentiram
A dor que ali pairou
As coplas que ele gostava
Nunca mais assoviou.
Nunca mais ligou o rádio
Naquele fundo de grota
A toada que hoje escuta
É de um aboio de tropa.
Mora num fundo de campo
Onde a tristeza hoje é lei
Pois sem amigos no mundo
De que adianta ser rei?
Gênero Musical: Chamamé
Letra/Musical: Rodrigo Spiering
Campo, coração do Rio Grande
Cria, de ginetes e aguadores,
Lugar de tropilhas e plantações
Retratado na voz dos cantadores.
Guitarra, corpo de Jacarandá
Bordoneada em cordas de aço,
Por mãos e alma de guitarreiro
Ponteada em um só manotaço.
Cordeona, com alma de vento
Que o fole abre num sapucaí,
Entreverada nas mãos do gaiteiro
Nas barrancas do rio Uruguai.
O primeiro tem marcas de histórias
Que os poetas relembram nos versos,
E guitarra e cordeona traduzem
Sentimentos que estavam imersos.
São três forças contidas
Entre limites e imensidões
Das cordas firmes do arame
E as que são próximas dos corações.
São as fronteiras do homem
Sonoridade liberta da alma
Campo, guitarra e cordeona
São refúgios nas horas de calma.
Campo, coração do Rio Grande
Guitarra, corpo de Jacarandá,
Cordeona, com alma de vento
Neste sonido de m’baracá.
O primeiro tem marcas de histórias
Que os poetas relembram nos versos,
E guitarra e cordeona traduzem
Sentimentos que estavam imersos.
PIQUETEIRO POR VONTADE
Gênero Musical: Zamba
Letra/Música: Mauro Ubiratan Pereira da Rosa
Queixo escorado sobre a vara da porteira
E uma basteira doendo sobre o encontro
Um jeito pronto de buscar chasque e tambeira
Pouca fronteira, sem saber de viver solto...
É vida farta de ser Bueno e sem valia
Pois serventia ao não grato é sem valor
E o servidor gastou dias pelos outros
Não quis ser potro pra alegrar o seu feitor.
Queria tanto visitar o descampado...
Pastar banhado, correr gado, virar mundo
Mas tem o piá que todo o dia lhe acarinha
E a prendinha adoça a boca e olha fundo!
- Pra que porteira se estou preso pelo peito?
Tem outro jeito de viver sem ser assim?
To encerrado no piquete Querer Bem.
Sou mais ninguém...valho vintém... Sonhem por mim!
COPLAS DE FUNDO DE CAMPO
Gênero Musical: Milonga
Letra: Lauri Lopes
Música: Cristiano Vieira
Fez-se silêncio no rancho
Naquela hora matinal
Quando anunciaram no rádio
Notícias do funeral.
Calaram-se as milongas
E ele logo compreendeu
Que a voz que faltava no rádio
Era de um amigo só seu.
Morava num fundo de campo
Onde ali era rei
E monarqueava seu posto
Com quatro pingos de lei.
Largou cuia e cambona
Bem junto ao fogo de chão
Pigarreou um pensamento
E fez silêncio no galpão.
Iria sentir saudades
Do amigo que partia
- Como gostava de ouvi-lo
Mas sequer o conhecia.
Morava num fundo de campo
Onde ali era rei
E momarqueava seu posto
Com quatro pingos de lei.
Até os cavalos sentiram
A dor que ali pairou
As coplas que ele gostava
Nunca mais assoviou.
Nunca mais ligou o rádio
Naquele fundo de grota
A toada que hoje escuta
É de um aboio de tropa.
Mora num fundo de campo
Onde a tristeza hoje é lei
Pois sem amigos no mundo
De que adianta ser rei?
ROMANCE DO LÍRIO BRANCO
Gênero Musical: Milonga
Letra: Danilo Kuhn
Música: Adão Quevedo
Naquele fundo de campo,
Num rancho abandonado,
Sem ninguém haver plantado,
Floresceu um lírio branco.
O encanto dessa flor,
Quando chega a primavera,
Enfeita a velha tapera,
Antigo ninho de amor.
Foi neste abrigo campeiro,
Crivado a fachos de lua,
Que Ana Clara, branca e nua,
Teve seu amor primeiro.
Ana Clara, toda nua,
Tinha a cor do lírio branco.
Trocou léguas de campo
Por um poncho de lã crua.
Conta, o negro mais antigo,
Que um peão da fazenda
Tinha os encantos da prenda,
Num romance proibido.
Na fúria de um temporal,
Por vingança, honra lavada,
Veio a morte encomendada
Pelas mãos frias do mal.
Naquele fundo de campo
Resta o rancho, a cruz perdida,
E ao lado, enternecida,
Uma flor de lírio branco.
RETRATOS EM MOLDURAS
Gênero Musical: Chimarrita
Letra: Daniel Weimar Kaiser
Música: Frederico Ribeiro Seus
Quando vejo pelos pagos,
Uma tapera em ruínas
No pensamento eu indago,
Porque herdou esta sina?
Imagino os habitantes
Daquela casa envelhecida
Hoje simples figurante
Numa coxilha esquecida
Na cozinha a correria,
Para o agrado dos patrões
O churrasco lá na sombra
Era assado pelos peões
Estou vendo a “piazada”
Numa grande euforia
Gineteando nas taquaras
Se entonando pras gurias
Na sala os anfitriões
Recebiam os convidados
Ela falava de sedas,
Ele, das lidas com o gado
Fogo grande e a “peonada”
Espichava um “vistaço”
“O patrão não tá bombeando,
Derrubemo um talagaço!”
Mesmo agora desse jeito
Não perdeu a elegância
Forma imagens de respeito
Do que já foi uma estância
Já sem portas ou janelas,
No lugar das aberturas,
As imagens que aparecem
- São retratos em molduras.-
SOU EU O VENTO
Gênero Musical: Maçambique
Letra/Música: Jean Roberto Barbosa
Eu sou o vento norte, até me chamam da morte
Sopro forte antes que a tal chuva caia
Mas também sou nordestão
Ou me chamo siriri se o sopro vem lá da praia
Se venho varrendo do noroeste
Sou carpinteiro vento novo despontando
Eu sou minuano, provoco arrepio
Sou fantasma do passado assoviando
Venho longe dobrando os campos
Venho empurrando as águas dos rios
Eu sou o sopro quente da noite
Também sou quem provoca o frio
Eu sou o vento que uiva nas noites
Nas noites do rio grande do sul
Sou eu o vento que estufa as velas
Dos barcos no mar azul
Sou eu o vento que penteia as árvores
Sou eu o vento que leva segredos aonde for
Sou eu o vento que espalha o amor
Sou eu o vento que espalha o amor
Eu sou a brisa que descongela o sereno
Quando brilha o sol do amanhecer
Eu sou a aragem que esfria o rosto
Quando o dia se vai ao anoitecer
Sou que eu quem sopra espalha a chuva
Sou eu que ameniza o calor do verão
Sou eu que desenho as nuvens
A modelar o céu do rincão
Venho de longe dobrando os campos
Venho empurrando as águas dos rios
Eu sou o sopro quente da noite
Também sou quem provoca o frio
Nenhum comentário:
Postar um comentário